quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

O LODAÇAL

Esta campanha, para eleger o próximo Presidente da República, que deveria permitir uma fundamentação séria, avisada, para uma escolha consciente, dos eleitores, tem-se vindo a transformar, para nosso espanto, num pântano fétido, de ataque à honra de um dos candidatos!

Cavaco Silva, quer ele tenha cometido erros crassos, durante o seu mandato, e cometeu muitos, como por exemplo, quando o seu silêncio foi uma tremenda e mesmo ofensiva omissão; quando promulgou legislação que não deveria ter sido promulgada, e destaco muita, no âmbito da Educação; quando deu inteiro apoio a uma ministra da educação, estupidamente prepotente, que, no entanto, elogiou, enquanto ela, vergonhosamente, desautorizava e destratava os professores e desmantelava, paulatinamente, a escola pública; quer se goste dele ou não, a verdade é que Cavaco é, na pobre panóplia ao nosso dispor, o único candidato que tem a experiência necessária para o desempenho do cargo, e o único que oferece alguma estabilidade constitucional e credibilidade política.

Fernando Nobre é um senhor, um médico, fundador da AMI, um humanitário, mas não é, nunca foi, um político, no sentido restrito do termo!
Aliás, penso que este Homem de causas e de honra não condiz com a política, fria e insidiosa, com que parece querer comprometer-se, e fica bem a fazer o Bem!

Manuel Alegre está velho e evidencia, nas palavras e nas atitudes, traços de senilidade e de desnorte. Ele é, indiscutivelmente, um homem do passado, um diletante, que nunca, até hoje, apresentou uma ideia inovadora, uma proposta credível, uma alternativa válida, para este pobre país, mesmo à beira da falência!
Pelo contrário, a sua campanha tem assentado, invariavelmente, no insulto fácil, na calúnia matreira, nas sucessivas e venenosas suspeições que tem lançado, sobre o seu principal adversário, Cavaco Silva!
A campanha eleitoral de Alegre tem-se, assim, transformado num imenso e pegajoso lodaçal, onde ele e os seus apoiantes chafurdam alegremente, tentando, em desespero de causa , manchar a honorabilidade de outro candidato, em vez de, com clareza e transparência, fazer o que lhe é devido: discutir ideias, dar a conhecer o seu pensamento, os seus valores, os seus princípios e os compromissos que se propõe assumir, como hipotético PR, a bem de Portugal!
Ao enveredar por uma campanha básica e rasteira, de ataque pessoal, ninguém sabe, concretamente, o que este homem pensa, ninguém ouviu dele palavras que dêem garantias de saber e de imparcialidade, que instilem confiança, e que indiquem um rumo concreto e possível, para o futuro!
Dele conhece-se, sente-se, apenas, o ódio, o despeito, a ânsia de poder que escorrem das suas palavras!

Os outros cadidatos, francamente, não conheço, mas pelo que tenho acompanhado, afinam, claramente, pelo mesmo primário diapasão de Manuel Alegre e, com ele, vão chafurdando, gostosamente, na lama, com que tentam atingir o mesmo alvo: Cavaco!

Oxalá a campanha eleitoral, que se tem resumido ao triste espectáculo de cinco incendiados candidatos contra um, termine já no dia 23, exactamente para se acabar com este ruído insultuoso e ensurdecedor, porque é tempo, e já se vai fazendo muito tarde, de começar a limpar este país, mergulhado, ele também, num negro lodaçal de corrupção, de incompetência, de mentira, de arrogância, de prepotência e da mais amarga pobreza!

E, com certeza, no sossego e conforto de sua casa, já passada a agitação destes dias, Alegre vai envergonhar-se da sua campanha de tão baixo nível, se realmente for o homem de bem que todos queremos, ainda, acreditar que seja!

MC

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