quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Feliz 2011!

Queridos Amigos e Seguidores considerem este belíssimo texto, um presente com sabor a poesia, o cheiro de madrugada, do sol e da lua e o som das canções da brisa, que embrulhei com carinho, que selei com um sorriso e que vos envio com um grande abraço.
Feliz Ano Novo!


Procura-se um amigo

Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor.. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar.

Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoa tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.

Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.

Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive.

Vinicius de Moraes

Abençoada sou, porque tenho Amigos!

MC

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Poesia é...

Poesia é quando uma emoção encontra o seu pensamento e o pensamento encontra as palavras.
Robert Frost

Poesia são pensamentos que respiram e palavras que queimam.
Thomas Gray

O poema não é feito dessas letras que eu espeto, como pregos, mas do branco que fica no papel.
Paul Claudel

Se alguém te perguntar o que quiseste dizer com um poema, pergunta-lhe o que Deus quis dizer com a Criação do mundo...
Mário Quintana

Subitamente, na esquina do poema,
Duas rimas olham-se atónitas, comovidas,
Como duas irmãs desconhecidas...
Mário Quintana

A poesia é o eco da melodia do Universo, no coração do Homem.
R. Tagore

Porque a poesia não se define! Nasce...não se sabe como, surge...não se sabe de onde, explode...num torvelinho!Talvez da alma, talvez dos sentidos, talvez do coração, sei lá... sabemos lá!

MC

domingo, 26 de dezembro de 2010

Trago o Natal no fundo do olhar

Trago o Natal no fundo do olhar
Esse tempo em que a alegria
Era um lugar de crença seguro
E protector e os doces o calor
Da ternura que a casa oferecia.

Trago o Natal no fundo do olhar
Esse tempo a correr pela cidade
[Evocando o amor e a fraternidade
E esquecendo o frio e a dor]
– Agora, desumanidade e elegia.

Trago o Natal no fundo do olhar
Esse tempo que foi simplicidade
E em que eu acreditei num mar
De gestos que eram então realidade.
Hoje, o Natal é apenas utopia –

Promessa à espera da alegria
Aqui tão perto e no Mundo inteiro.
A Fome e a Guerra são no entanto
Ameaça séria e duradoura, um pranto.
Não há ouro que baste aos senhores!

Trago o Natal no fundo do olhar –

Natal, 2010
José Almeida da Silva


Nesta quadra natalícia, aqui deixo este belíssimo poema de um querido Amigo, um Poeta que admiro!
Obrigada, Zé!

Poemas - Alda Lara

Testamento

À prostituta mais nova
Do bairro mais velho e escuro,
Deixo os meus brincos, lavrados
Em cristal, límpido e puro...
E àquela virgem esquecida
Rapariga sem ternura,
Sonhando algures uma lenda,
Deixo o meu vestido branco,
O meu vestido de noiva,
Todo tecido de renda...
Este meu rosário antigo
Ofereço-o àquele amigo
Que não acredita em Deus...
E os livros, rosários meus
Das contas de outro sofrer,
São para os homens humildes,
Que nunca souberam ler.
Quanto aos meus poemas loucos,
Esses, que são de dor
Sincera e desordenada...
Esses, que são de esperança,
Desesperada mas firme,
Deixo-os a ti, meu amor...
Para que, na paz da hora,
Em que a minha alma venha
Beijar de longe os teus olhos,
Vás por essa noite fora...
Com passos feitos de lua,
Oferecê-los às crianças
Que encontrares em cada rua...

(poemas)

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Trago os olhos naufragados
em poentes cor de sangue...

Trago os braços embrulhados
numa palma bela e dura
e nos lábios a secura
dos anseios retalhados...

Enrolada nos quadris
cobras mansas que não mordem
tecem serenos abraços...
E nas mãos, presas com fitas
azagaias de brinquedo
vão-se fazendo em pedaços...

Só nos olhos naufragados
estes poentes de sangue...

Só na carne rija e quente,
este desejo de vida!...

Donde venho, ninguém sabe
e nem eu sei...

Para onde vou
diz a lei
tatuada no meu corpo...

E quando os pés abram sendas
e os braços se risquem cruzes,
quando nos olhos parados
que trazem naufragados
se entornarem novas luzes...

Ah! Quem souber,
há-de ver
que eu trago a lei
no meu corpo...

(poemas)

Ronda

Na dança dos dias
meus dedos bailaram...
Na dança dos dias
meus dedos contaram
contaram, bailando
cantigas sombrias...

Na dança dos dias
meus dedos cansaram...

Na dança dos meses
meus olhos choraram
Na dança dos meses
meus olhos secaram
secaram, chorando
por ti, quantas vezes!

Na dança dos meses
meus olhos cansaram...

Na dança do tempo,
quem não se cansou?!

Oh! dança dos dias
oh! dança dos meses
oh! dança do tempo
no tempo voando...

Dizei-me, dizei-me,
até quando? até quando?

ALDA LARA

NOTA: Alda Lara nasceu em Benguela, Angola, em 1930. Médica dedicada e Poeta de alto gabarito, enriqueceu, com a sua obra, a literatura africana, mais propriamente, a literatura angolana!
Lamentavelmente, partiu muito cedo, aos trinta e dois anos de idade, em Cambambe, no recôndito de Angola, no exercício abnegado, da sua profissão. O escritor, também médico, Orlando Albuquerque, com quem era casada, editou, postumamente os seus poemas e alguns contos.
Esta é a minha Homenagem a uma Poeta, angolana como eu, e que ainda tive o privilégio de conhecer, através dos meus pais.


MC

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Bons Amigos

A todos os meus queridos Amigos e seguidores, com um forte abraço e os votos de um Feliz Natal!
Obrigada pelas vossas preciosas visitas a este humilde blog!
E comentários? Para vos sentir mais perto...



BONS AMIGOS

Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!

Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende!

Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.
Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora pra consolar!

Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direção.
Amigo é a base quando falta o chão!

Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!

Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinhos,
Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!


Machado de Assis

MC

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

É a Hora!

Esta noite não sonhei com Brügel.
Sonhei, prosaicamente, com a campanha de Manuel Alegre, o poeta pipilante, aedo ido, do PS!
No palco de todas as vaidades, que é o de todas as campanhas, fervilhava um cadinho estranho de sensibilidades, ditas de esquerda, mas tão diferentes e onde, num desnorte, entalado entre a ânsia de poder de uns, a truculenta incompetência de todos, a ambição de um outro, a utopia de uns tantos, elogiava-se Manuel Alegre, político já sem chama e sem talento, poeta cansado, sem rima e sem tom!
Não posso dizer que este sonho tivesse sido um pesadelo, mas submergiu-me num mar alteroso de espanto, de dúvidas, de questões sem resposta!

Bagatelas...

Aflitivo é o mar sulcado por feixes de vergonhas, de corrupção e de misérias que traduz a actual situação política, económica e social de Portugal!
Este é o pais decadente e à beira da falência, que já nem sei se é nosso, do qual já nem não sei se gosto e se respeito, na medida em que, quem me governa não me protege e não me respeita!
E assim, este povo simples e manso vai esbracejando, para sobreviver, num mar amargo de revolta, de descrença e de desconfiança!

A palavra MAR, trouxe até mim, numa onda de luz, Fernando Pessoa, o Poeta visionário! Na verdade, quando leio a Mensagem, especialmente, o último poema, “Nevoeiro”, que aqui transcrevo, acredito que, num arranco de alma, o Poeta “viu”, claramente vistas, e sentiu, dolorosamente sentidas, a tristeza, a decadência e a miséria deste Portugal de hoje!

É a Hora!

NEVOEIRO


Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer —
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.
Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...

É a Hora!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Mãe- África

PRELÚDIO



Pela estrada desce a noite

Mãe-Negra, desce com ela...



Nem buganvílias vermelhas,

nem vestidinhos de folhos,

nem brincadeiras de guisos,

nas suas mãos apertadas.

Só duas lágrimas grossas,

em duas faces cansadas.



Mãe-Negra tem voz de vento,

voz de silêncio batendo

nas folhas do cajueiro...



Tem voz de noite, descendo,

de mansinho, pela estrada...



Que é feito desses meninos

que gostava de embalar?...



Que é feito desses meninos

que ela ajudou a criar?...

Quem ouve agora as histórias

que costumava contar?...



Mãe-Negra não sabe nada...



Mas ai de quem sabe tudo,

como eu sei tudo

Mãe-Negra!...



Os teus meninos cresceram,

e esqueceram as histórias

que costumavas contar...



Muitos partiram p'ra longe,

quem sabe se hão-de voltar!...



Só tu ficaste esperando,

mãos cruzadas no regaço,

bem quieta bem calada.



É a tua a voz deste vento,

desta saudade descendo,

de mansinho pela estrada..


ALDA LARA
de Poemas, 1966





PRESENÇA AFRICANA


E apesar de tudo,

Ainda sou a mesma!

Livre e esguia,

filha eterna de quanta rebeldia

me sagrou.

Mãe-África!



Mãe forte da floresta e do deserto,

ainda sou,

a Irmã-Mulher

de tudo o que em ti vibra

puro e incerto...



A dos coqueiros,

de cabeleiras verdes

e corpos arrojados

sobre o azul...

A do dendém

Nascendo dos braços das palmeiras...



A do sol bom, mordendo

o chão das Ingombotas...

A das acácias rubras,

Salpicando de sangue as avenidas,

longas e floridas...



Sim!, ainda sou a mesma.

A do amor transbordando

pelos carregadores do cais

suados e confusos,

pelos bairros imundos e dormentes

(Rua 11!... Rua 11!...)

pelos meninos



de barriga inchada e olhos fundos...



Sem dores nem alegrias,

de tronco nu

e corpo musculoso,

a raça escreve a prumo,

a força destes dias...



E eu revendo ainda, e sempre, nela,

aquela

Longa história inconsequente...



Minha terra...

Minha, eternamente...



Terra das acácias, dos dongos,

dos cólios baloiçando, mansamente...

Terra!

Ainda sou a mesma.



Ainda sou a que num canto novo

pura e livre,

me levanto,

ao aceno do teu povo!

ALDA LARA
Benguela,1953 (de Poemas,1966)

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Metade

Que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo que acredito não me tape os ouvidos e a boca.
Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio.

Que a música que eu ouço ao longe seja linda, ainda que triste.
Que a mulher que eu amo seja sempre amada, mesmo que distante.
Porque metade de mim é partida e a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor,
Apenas respeitadas como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimento.
Porque metade de mim é o que eu ouço, mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço,
Que essa tensão que me corroe por dentro seja um dia recompensada.
Porque metade de mim é o que eu penso e a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste, que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
Que o espelho reflita em meu rosto o doce sorriso que eu me lembro de ter dado na infância.
Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei…

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria para me fazer aquietar o espírito.
E que o teu silêncio me fale cada vez mais.
Porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta, mesmo que ela não saiba, e que ninguém a tente
Complicar porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer.
Porque metade de mim é a plateia e a outra metade, a canção.

E que minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim é amor e a outra metade… também.


* Oswaldo Montenegro *

MC

Auto- retrato - Mario Quintana

AUTO-RETRATO

“No retrato que me faço
– traço a traço –
Às vezes me pinto nuvem
Às vezes me pinto árvore...

Às vezes me pinto coisas
De que nem há mais lembrança...
Ou coisas que não existem
Mas que um dia existirão...

E, desta lida, em que busco
– pouco a pouco –
Minha eterna semelhança,

No final, que restará?
Um desenho de criança...
Corrigido por um louco!”

Mario Quintana


DO AMOROSO ESQUECIMENTO

Eu, agora - que desfecho!
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?

Mário Quintana


EU ESCREVI UM POEMA TRISTE

Eu escrevi um poema triste
E belo, apenas da sua tristeza.
Não vem de ti essa tristeza
Mas das mudanças do Tempo,
Que ora nos traz esperanças
Ora nos dá incerteza...
Nem importa, ao velho Tempo,
Que sejas fiel ou infiel...
Eu fico, junto à correnteza,
Olhando as horas tão breves...
E das cartas que me escreves
Faço barcos de papel!

Mário Quintana

MC

sábado, 18 de dezembro de 2010

Samba da benção

...
Fazer samba não é contar piada
E quem faz samba assim não é de nada
O bom samba é uma forma de oração

Porque o samba é a tristeza que balança
E a tristeza tem sempre uma esperança
A tristeza tem sempre uma esperança
De um dia não ser mais triste não


Feito essa gente que anda por aí
Brincando com a vida
Cuidado, companheiro!
A vida é pra valer
E não se engane não, tem uma só
Duas mesmo que é bom
Ninguém vai me dizer que tem
Sem provar muito bem provado
Com certidão passada em cartório do céu
E assinado embaixo: Deus
E com firma reconhecida!
A vida não é brincadeira, amigo
A vida é arte do encontro
Embora haja tanto desencontro pela vida

.....

Vinicius de Moraes

Encontramo-nos, um dia, por aí??

MC

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Vinicius - o Poeta

Soneto do amor total

Amo-te tanto meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te enfim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.




Pela luz dos olhos teus

Quando a luz dos olhos meus
E a luz dos olhos teus
Resolvem se encontrar
Ai que bom que isso é meu Deus
Que frio que me dá o encontro desse olhar
Mas se a luz dos olhos teus
Resiste aos olhos meus só p'ra me provocar
Meu amor, juro por Deus me sinto incendiar
Meu amor, juro por Deus
Que a luz dos olhos meus já não pode esperar
Quero a luz dos olhos meus
Na luz dos olhos teus sem mais lará-lará
Pela luz dos olhos teus
Eu acho meu amor que só se pode achar
Que a luz dos olhos meus precisa se casar.



Eu sei e você sabe
Já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe
Que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos
Me encaminham a você.

Assim como o Oceano, só é belo com o luar
Assim como a Canção, só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem, só acontece se chover
Assim como o poeta, só é bem grande se sofrer
Assim como viver sem ter amor, não é viver
Não há você sem mim
E eu não existo sem você!

Vinicius de Moraes

MC

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O que tem de ser, será!

When people are meant to be together, no matter what the relationship, the universe will always find a way to bring them together no matter how far apart.

Acredito nesta citação! Porque acredito que o caminho que percorremos e, ao qual chamamos vida, já está, nas suas linhas mestras, previamente traçado.
E, o que tem de ser, será!

Temos liberdade para procurar atalhos, criar curvas mais ou menos perigosas, mudar um ou outro roteiro, ignorar um ou outro sinal, mas as tais linhas mestras do caminho lá estão, perfeitas, desenhadas sem hesitação. E, devagar, depressa, aos tropeços ou deslizando, vamos sempre ter ao caminho principal! Rôtos, magoados, geralmente exaustos, voltamos sempre ao caminho que nos foi dado percorrer!

Assim, acredito que nada acontece por acaso e todos os nossos acasos, esfuziantes de alegria uns, pesados de tristeza outros, todos têm sentido!
Atravessa o nosso trilho, quem está destinado a nele deixar a sua marca! De fogo e de luz ou, de gelo e de sombra! E tudo, o fogo e o gelo, a alegria e a dor são parte da uma aprendizagem que não termina nunca...

Acredito que, às vezes, há atrasos, desencontros e perdas, mas o caminho nem sempre é luminoso, aconchegado e florido! Há pedaços sombrios, desertos e espinhosos.
Dias de glória, com sabor a champanhe, dias de amargura temperados de lágrimas!
Noites de amor, a cheirar a rosas ou a chocolate quente, mas também as tais noites escuras, quando os lobos velam silenciosos e a lua uiva, uiva...

E, acredito que se chega ao beco sem saída, às vezes abruptamente, quando o Plano, o Plano que nos foi dado seguir, tenha chegado ao fim! Nunca nada termina cedo demais, mas no momento certo, quando tivermos cumprido, melhor ou pior, a missão que nos foi confiada, na busca incessante, solitária, silenciosa da Verdade, da nossa Verdade!

"In the attitude of silence the soul finds the path in a clearer light and what is elusive and deceptive resolves itself into crystal clearness.
Our life is a long and arduous quest after Truth"


Mahatma Gandhi

Tudo isto são banalidades, mas a vida é banal, repetitiva, sem a importância que teimamos dar-lhe...!

MC