Acabei de ler, no meu Kindle, "Invisible", do fabuloso escritor que é Paul Auster.
Extraordinariamente construído, em quatro partes que se entrecruzam, três narradores contam uma história perturbante, que se desloca no tempo, 1967- 2007, e no espaço, entre NY , Paris e Quillia, uma ilha remota nas Caraíbas.
É uma história de amor, ou uma série de histórias de amor interligadas, com um jovem, Adam Walker, no centro de todas.
Logo no início do livro, ficamos a conhecer um pouco de Adam: “I was a second-year student at Columbia then, a know-nothing boy with an appetite for books and a belief (or delusion) that one day I would become good enough to call myself a poet…”.
Em “Invisible” Auster leva-nos até às fronteiras sombrias entre a verdade e a memória, entre a criação e a identidade.
Há em "Invisible" uma busca implacável por justiça e uma sexualidade desenfreada que pode ser chocante, na sua crueza, embora o final nos suscite a dúvida se teria realmente acontecido um crime e se teria, de facto, existido uma relação pecaminosa de amor e de sexo!
Destaco aqui umas frases do livro que talvez dêem sentido a Invisible, ou não:
" By writing about myself in the first person, I had smothered myself and made myself invisible, had made it impossible for me to find the thing I was looking for… I needed to separate myself from myself... I returned to the beginning of Part Two and began writing it in the third person. I became He and the distance created by that small shift allowed me to finished the book.”.
" Ao escrever sobre mim na primeira pessoa, eu sufocara-me e tornara-me invisível, o que me impedia de encontrar o que procurava..."
MC
Sem comentários:
Enviar um comentário