Seria hoje, dia 28 de Setembro de 2012 que D. Maria Teresa
Horta receberia o prémio D. Dinis das mãos de Passos Coelho. Recusou recebê-lo
das mãos do Primeiro Ministro!
A leitura desta obra é uma magnífica e fascinante aventura, o privilégio de acompanhar a desmesura do voo infatigável de uma mulher talentosa e apaixonada que encarna o “Sturm und Drang” e abre as portas ao Romantismo em Portugal.
“Na realidade eu não poderia, com coerência, ficar bem
comigo mesma, receber um prémio literário que me honra tanto, cujo júri é
formado por poetas, os meus pares mais próximos - pois sou sobretudo uma
poetisa, e que me honra imenso -, ir receber esse prémio das mãos de uma pessoa
que está empenhada em destruir o nosso país.
Sempre fui uma mulher coerente; as minhas ideias e aquilo que eu faço têm uma coerência.
Sou uma mulher de esquerda, sempre fui, sempre lutei pela liberdade e pelos direitos dos trabalhadores.
O primeiro-ministro está determinado a destruir tudo aquilo que conquistámos com o 25 de Abril e as grandes vítimas têm sido até agora os trabalhadores, os assalariados, a juventude que ele manda emigrar calmamente, como se isso fosse natural.
O país está a entrar em níveis de pobreza quase idênticos aos das décadas de 1940 e 1950 e, na realidade, é ele [Passos Coelho], e o seu Governo, os grandes mentores e executores de tudo isto.
Não recuso o prémio que me enche de orgulho e satisfação, recuso recebê-lo das mãos do primeiro-ministro.”
MC
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