Rasgam-nos
a alma, malevolamente, rasgam-nos a alma!
Remendamos a alma rasgada, com o fio das nossas lágrimas e a agulha do nosso silêncio... E, assim, vamos costurando, ponto a ponto, o tempo da vida...
Remendamos a alma rasgada, com o fio das nossas lágrimas e a agulha do nosso silêncio... E, assim, vamos costurando, ponto a ponto, o tempo da vida...
Não sei
de que lado chegou o Outono, tão devagarinho veio... Mas, sei que, contigo,
terei sempre quinze anos e, com a tua mão na minha, quero confiar-te segredos,
cantar em surdina, correr contra o vento, até me perder na curva estreita,
derradeira, do caminho...
Diz-me que vai ser assim. Diz-me...
Diz-me que vai ser assim. Diz-me...
Pobre
não pode ser pessimista!
Pobre tem de acreditar, ainda que a Fé pareça
desmoronar-se cada minuto; pobre tem de ancorar o coração, na Esperança, ainda
que esperar pareça uma miragem longínqua; pobre precisa de arrancar Coragem do
fundo da alma, ainda que não saiba se ainda tem alma; pobre tem de saber
abafar, dentro de si, a insegurança, o medo aflitivo de que nada dê certo, nos
tortuosos caminhos da vida! Pobre não pode ser pessimista!
Pobre tem de aprender a ver um raio de luz, no negrume espesso que o acorrenta... Há sempre um ponto de luz, na escuridão mais densa... Só assim poderá sobreviver!
“Pessimismo é luxo de rico.”
Sem os pobre-diabos, quem entenderia os pedaços negros, pantanosos dos meus desencontros comigo mesma, quem acalmaria os gritos mudos dos meus terrores, quem me acompanharia nas horas pungentes do meu cansaço, quem dulcificaria os momentos amargos da minha tristeza?
Sem os pobre-diabos, quem escutaria o abismo incendiado do meu silêncio?
Quem?
Ainda preso na minha memória, o nosso amor é sonho esbatido,
é braseiro apagado, é pedra cinzenta, é infinita ausência...
Ali, no canto da praça, o menino poeta brinca a bordar o
tempo com linhas de vento...
A joaninha pequenina vê-se, vaidosa, ao espelho, na pocinha
de água límpida! No seu vestido vermelho pontilhado de negro, brilham preciosas
pérolas de chuva mansa...
Ser Poeta é isto: carregar a água
da Poesia, na peneira, e salpicar nossa vida de luz e de magia!
O Poeta
carrega a água sagrada dos seus versos na peneira e abençoa os nossos dias; a
mulher carrega braçados de flores e perfuma a nossa vida; e eu carrego um cesto
de sonhos desfeitos, de inquietações, de perdas, de cansaço. Um cesto informe,
sombrio...Um cesto pesado de nada.
Se a
vida é viagem imprevisível, se a vida é um eterno recomeço, se a vida é mudança
constante e surpreendente, como posso eu, amor, dizer que te amarei para
sempre?
Nota: Estes pequenos textos são comentários meus, a alguns poemas, frases, imagens, na minha opinião, particularmente belos e marcantes, que encontro no FB.
Nota: Estes pequenos textos são comentários meus, a alguns poemas, frases, imagens, na minha opinião, particularmente belos e marcantes, que encontro no FB.
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