sábado, 23 de março de 2013

Se te comparo ao Verão...

Sonnet 18

Shall I compare thee to a summer's day?
Thou art more lovely and more temperate:
Rough winds do shake the darling buds of May,
And summer's lease hath all too short a date:

Sometime too hot the eye of heaven shines,
And often is his gold complexion dimm'd;
And every fair from fair sometime declines,
By chance or nature's changing course untrimm'd;

But thy eternal summer shall not fade
Nor lose possession of that fair thou owest;
Nor shall Death brag thou wander'st in his shade,


When in eternal lines to time thou growest:
So long as men can breathe or eyes can see,
So long lives this and this gives life to thee.



 Soneto 18 ~

Se te comparo a um dia de verão
És por certo mais belo e mais ameno
O vento espalha as folhas pelo chão
E o tempo do verão é bem pequeno.

Ás vezes brilha o Sol em demasia
Outras vezes desmaia com frieza;
O que é belo declina num só dia,
Na terna mutação da natureza.

Mas em ti o verão será eterno,
E a beleza que tens não perderás;
Nem chegarás da morte ao triste inverno:

Nestas linhas com o tempo crescerás.
E enquanto nesta terra houver um ser,
Meus versos vivos te farão viver.
William Shakespeare

 
 No Inverno gelado dos meus dias, tu foste um inesperado e ardente Verão! E, no céu tempestuoso e sombrio dos meus pesadelos, o teu olhar foi o sol quente e brilhante que aqueceu e iluminou a minha alma! Nas tuas mãos depositei as minhas mágoas, os meus desapontamentos! Na serenidade do teu peito, reclinei o desconcerto tumultuado do meu corpo em sobressalto. Em ti, floresceram todas as rosas que embelezam e perfumam os meus sonhos, hastes delicadas e quebradiças que, teimosamente,  arrasto e onde me enleio!

Contigo na minha vida, o Verão, tempo incerto e curto, será eterno. Será...?
 
MC

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