quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Escrito na pedra

Li hoje esta frase lapidar, que me deixou a reflectir:

" Em primeiro lugar, Deus criou os idiotas. Foi para praticar. Depois criou os conselhos pedagógicos."
Mark Twain


...Estou muito mais descansada! Vi esclarecida uma dúvida que, até certo ponto, assombrou a minha vida profissional.
...Percebi, enfim, porque os Conselhos Pedagógicos, do alto da sua importância, fazem, alegremente e convictamente, tanta asneira: Deus, quando os criou, não tinha praticado o suficiente!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Um Portugal paralelo

Ouvir o Primeiro Ministro falar sobre o País, faz-me sentir suspensa entre
uma imenso espanto e uma profunda depressão.
Na verdade, embalada pelas suas belas e assertivas palavras, esqueço o
atraso de vida em que vivemos e sinto-me, por assim dizer, transportada para
um País maravilhoso, moderno, altamente competitivo, com excelente qualidade
de vida e onde os dias decorrem, serenos e fartos, entre rosas, pão e vinho doce!

A Economia está, apesar das más línguas, em crescendo, com a boa execução orçamental e o défice, ( palavra horrorosa!), controlado!
Neste País do seu contentamento, e nas suas palavras, a cruz do desemprego parece que vai tornar-se mais leve, porque ele, o Primeiro Ministro, com as grandes obras que determinou levar a cabo e com as inúmeras primeiras pedras que tem lançado, vai criar milhares de bons e seguros empregos, que, nas suas abençoadas mãos, vão crescer como carnudos cogumelos!
Os salários sofreram pequenas reduções, mas foi a bem da Nação, as pensões, no geral, mantêm-se estáveis e a inflação,, surpreendentemente, também parece ter descido!

A Saúde é, agora, óptima, com as excelentes medidas que têm sido tomadas!
Os Hospitais, quais hotéis de cinco estrelas, são numerosos e os doentes
tratados por Médicos que têm ao seu dispor o melhor equipamento médico, com
a mais avançada tecnologia, e são muito pacientes e serenos, porque não trabalham
demais, sem condições, dias a fio!
As enfermeiras circulam,quais borboletas esvoaçantes, pelas enfermarias, calmas e sorridentes, porque cada uma não tem de trabalhar por duas, mortas de cansaço!
Os Centros de Saúde,(há imensos), são locais arejados e bem decorados, com
salas de espera encantadoras e confortáveis mas, praticamente,
desnecessárias, porque os utentes são atendidos rapidamente e com extrema
solicitude!

Em caso de doença súbita ou acidente, está tudo muito bem organizado, a
assistência é espantosamente rápida e muito eficiente! Ninguém morre à
espera de socorro e as estradas, no caso de acidente, nunca ficam impedidas
dias, manhãs, tardes ou noites inteiras, provocando filas quilométricas de
carros.
Raramente há inundações ou incêndios porque as ruas, as margens dos rios e,
sobretudo, as matas e os bueiros estão sempre impecavelmente limpos!

Na Educação, são emocionantes as medidas fantásticas e inovadoras que têm
sido tomadas!
Há cada vez mais Escolas, enormes, modernas e confortáveis, para que os alunos se
sintam felizes e seguros e não tenham de perder horas preciosas de sono, de estudo e de brincadeira, percorrendo, enjoados e vomitados, longas distâncias, de
camioneta!
Os Professores queixam-se sem razão, pois são tratados com todo o respeito,
a mais elevada consideração e, porque não dizê-lo, com muito afecto, pelos
responsáveis da tutela que os admira, acarinha e apoia imenso! Nas aulas, os
alunos, ávidos de aprender e saber sempre mais, não agridem, nem insultam os
professores, nem se desfazem e roubam, uns aos outros, no recreio! Só em
casos muito, mesmo muito pontuais, sem qualquer importância!

O Primeiro Ministro quase não menciona a Justiça porque, realmente, a
Justiça quase não existe. Mas, de facto, num País onde tudo funciona tão
bem, onde não há violência, onde não há crime, onde não há corrupção e
onde são todos inocentes, puros e cândidos, a Justiça não é, sequer, precisa! Aqui,
encontra-se, quiçá, a razão para que, Esquadras desapareçam e, em algumas, haja só um polícia!

Mas, este não é, infelizmente, o nosso País real, aquele onde, mergulhados
numa profunda depressão, esgaravatamos, com sacrifício, suor e lágrimas, o
pão nosso de cada dia!


Recordo-me de ter lido, há tempos, uns artigos muito interessantes, sobre a
existência de mundos paralelos.

Talvez, Sócrates seja Primeiro Ministro de um Portugal paralelo a este,
igualzinho a este na forma, mas, um Portugal virtual, criado por suas mãos e
onde ele é o garboso, competente e mui amado governante, um País fantástico
e perfeito e que não é senão, uma trágica anedota de muito mau gosto, em comparação com este Portugal decadente, pobremente vestido de escuro, exasperado, esgotado e cada vez mais empobrecido, onde o desemprego aumenta exponencialmente, onde os custos do financiamento disparam, onde a despesa do estado derrapa vergonhosamente, onde a sombra ameaçadora da recessão nos tolhe, onde a assistência social é um falhanço e que é, afinal, a nossa triste, desgraçada realidade!

MC

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Invisible - Paul Auster

Acabei de ler, no meu Kindle, "Invisible", do fabuloso escritor que é Paul Auster.

Extraordinariamente construído, em quatro partes que se entrecruzam, três narradores contam uma história perturbante, que se desloca no tempo, 1967- 2007, e no espaço, entre NY , Paris e Quillia, uma ilha remota nas Caraíbas.
É uma história de amor, ou uma série de histórias de amor interligadas, com um jovem, Adam Walker, no centro de todas.
Logo no início do livro, ficamos a conhecer um pouco de Adam: “I was a second-year student at Columbia then, a know-nothing boy with an appetite for books and a belief (or delusion) that one day I would become good enough to call myself a poet…”.

Em “Invisible” Auster leva-nos até às fronteiras sombrias entre a verdade e a memória, entre a criação e a identidade.

Há em "Invisible" uma busca implacável por justiça e uma sexualidade desenfreada que pode ser chocante, na sua crueza, embora o final nos suscite a dúvida se teria realmente acontecido um crime e se teria, de facto, existido uma relação pecaminosa de amor e de sexo!

Destaco aqui umas frases do livro que talvez dêem sentido a Invisible, ou não:

" By writing about myself in the first person, I had smothered myself and made myself invisible, had made it impossible for me to find the thing I was looking for… I needed to separate myself from myself... I returned to the beginning of Part Two and began writing it in the third person. I became He and the distance created by that small shift allowed me to finished the book.”.


" Ao escrever sobre mim na primeira pessoa, eu sufocara-me e tornara-me invisível, o que me impedia de encontrar o que procurava..."

MC

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

" O cão de Sócrates" - António Ribeiro (pseudónimo)

Fiquei, por estes dias, a saber, que o cão de Sócrates é um cão profundamente deprimido, um cão que vive a comprimidos e que visita o psicólogo regularmente! Tudo por causa do dono, cujas manias e alterações de humor, atura há seis longos anos!

Assim sendo, e na tentativa de se ver livre da terrível depressão que o aflige, procura desesperadamente um novo dono! Quem, caridosamente, lhe quiser dar um novo lar, deve mandar curriculo detalhado, com fotografia, para: caodesocrates@gmail.com.

Creio que o detalhe da fotografia é importante!

Eu gostaria imenso de o acolher, seria mesmo uma alegria e uma honra, mas rodeado pelas minhas seis jovens, belíssimas e charmosas cadelas, o pobre cão correria o risco de enlouquecer completamente e sem qualquer possibilidade de cura!
E eu não quero esse peso na consciência!

Recomendo vivamente o livro "O cão de Sócrates" onde o rafeiro a quem, um dia, o Primeiro Ministro, com paciência e autoridade, mostrou que era possível ser rafeiro e ter classe, ser cão e ter orgulho e ajudou a tornar-se, como o dono, um animal feroz, nos conta a sua comovente história de devoção e mais tarde de profundo stress!
A conselho do seu psicólogo, que lhe recomendou que não se fechasse em si e expusesse a sua vida abertamente, ele conta, como parte importante da sua terapia, tudo o que lhe aconteceu ao longo desses seis anos!
Como se compreende, o cão, que apesar da sua deprimente tristeza, é esperto, prefere manter o anonimato, porque aterroriza-o pensar que pode ser obrigado a regressar ao Canil Municipal ou a S. Bento!
Quanto a mim, que aqui publicito este livro, excelentemente escrito, com paixão canina, espero não ir ver, por estes dias, o sol nascer quadrado!!!

Nota: Se o cão do primeiro Ministro do país está em mergulhado em profunda depressão, é de admirar que mais e metade dos portugueses se arraste, num perigoso estado depressivo e também eles tentem, militantemente, encontrar um novo "dono" para governar o país?

MC

Todas a cartas de amor... ridículas.

Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

Todas as palavras esdrúxulas,
(Como os sentimentos esdrúxulos),
São naturalmente
Ridículas.


Álvaro de Campos, 21-10-1935


Dia 14 de Fevereiro de 2o11

Dia dos Namorados
Dia naturalmente ridículo?

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Tricotando com palavras III

Hoje está um dia bonito, sereno e luminoso!
Vou retomar, no aconchego macio, do meu casaco de lã, o meu tricot de palavras...

É tempo de voar, reencontrar a alegria de viver e de correr, ansiosamente, atrás do
sonho, de voltar ao ponto de partida! Voltar à África encalorada, exuberante de luz e de cor, que me viu nascer e onde cresci!
Chorosa, deparei-me com um mar de luto. Um mar estranho que me enjoou, que me provocou a agonia do vómito e dos suores frios, quando o cheiro horrendo da fome mais negra, da doença sem remédio, da miséria mais pungente, da guerra mais impiedosa, me atingiu, em cheio, como uma bola incandescente de dor e de sangue!

Não sei tricotar este mar! Não vou tricotar este mar! Não quero tricotar este mar!

Então, com o poder imenso, fantástico, quase divino das palavras feitas novelos de lã, modifico este mar e transformo-o numa toalha imensa, esplêndida, cheia de cor e de luz, com um remate de espuma que é, afinal, uma sumptuosa renda de Bruges e que estendo sobre uma mesa infinita, agora alegre e farta pois, sobre ela há inesgotáveis alimentos e remédios, uma imensa solidariedade e uma forte e terna fraternidade! Para que não haja fome, nem doença, nem miséria, nem guerra!

E, eu tricoto esta toalha maravilhosa com os meus novelos amarelos, vermelhos, azuis, cor de laranja e verdes e deles brotam a música sensual da kizomba, o som agreste e excitante, dos batuques, os cheiros fortes, tropicais, da vegetação exuberante, do abacaxi, do maracujá, da papaia, do coco e o cheiro a barro, consolado, da terra vermelha depois da chuva!
Tricoto, ainda, com os meus novelos, agora, endiabrados, carregados de erotismo e desejo, os corpos negros, lascivos, suados, que se agitam indomáveis, em frémitos de prazer e de paixão, ao ritmo inquietante de frenéticas batucadas!

As palavras, meus novelos feiticeiros, conferem-me, ainda, com o seu poder mágico, quase divino, a possibilidade singular de criar, só para mim, um espaço de maravilhosa fascinação, neste mar africano.

Não vou pôr no mar, em seu lugar, um relâmpago, como fez Luís Miguel Nava. Os
relâmpagos são brilhantes, belos e poderosos mas, assustadores!
Também não vou pôr no mar, em seu lugar, um vasto campo de miosótis pequeninos e
azuis, onde eu pudesse dançar, solta e descalça, ao som de uma melodia belíssima,
fantástica, que o mar compusesse, só para mim, como fiz um dia!

Não! No lugar do mar, vou pôr um imenso mangal, transbordante de encanto e de romantismo, com flamingos cor-de-rosa, só meus, acácias em flor, só minhas e uma cascata imensa, cristalina, cheia de luz e brilho, a brotar, deslumbrante, entrelaçada numa vegetação magnífica, vestida de verde de mil matizes, também só minha!

Um mangal só meu, para me encantar, para me libertar, para me encontrar e nunca mais me perder! De mim!

E, eu, envolta em panos coloridos, artisticamente traçados sobre o meu corpo, modelando-o, com os meus novelos que escorrem beleza e magia, num delírio de cores e ofuscantes de luz, tricoto este mangal de fantasia, onde paira, provocante, o cheiro fresco mas, atrevido, das acácias em flor!

Já arrumei o meu texto tricotado, desajeitado, este meu tricot lento, com ponto incerto e malhas caídas!

MC

domingo, 6 de fevereiro de 2011

A bata amarela II

O desemprego

A senhora da cama 15 tinha sido submetida, com absoluto êxito, a uma intervenção cirúrgica e, dois dias depois, teria alta! Era motivo de alegria, tanto mais que, na cama ao lado, uma jovem de 32 anos debatia-se, no limiar da morte, entre o pânico e uma ténue esperança, depois de uma cirurgia de alto risco que, sabia, não lhe poderia trazer a almejada cura, apenas algum alívio e uns meses de vida!
Para ser franca, eu estava ansiosa por falar com a senhora da cama 15 e congratular-me com ela, pelas melhoras que eu, um bocadinho ousadamente, lhe vaticinara. Contudo, não foram sorrisos felizes nem palavras leves que me receberam! Foi um ambiente pesado de desespero que encontrei!
O marido, com o semblante carregado, os lábios apertados numa linha severa, agitava o jornal que, incapaz de ler, afastou para o lado, com um gesto brusco. Depois, ficou calado, quieto, com o olhar perdido e inexpressivo. Nos olhos dela li espanto e uma imensa aflição. Encolhida, também ela calada e muito quieta, chorava baixinho e deixava que as lágrimas gordas e em torrente escorressem livremente pelo rosto e se desfizessem na almofada.

Afastei-me surpreendida e silenciosa.

Quando mais tarde, voltei à pequena enfermaria, ela chamou-me. Estava sozinha e ainda a chorar, disse-me que o marido tinha sido despedido da empresa onde trabalhara muitos anos, como, aliás, temiam há uns meses, sem nunca acreditar que pudesse, de facto, acontecer. Tem cinquenta e seis anos, disse-me, vai ser muito difícil conseguir arranjar outro emprego. Eu estou em casa há quase um ano e temos dois filhos na faculdade. Não sei como vai ser! Estou aterrada, sabe? Mas, o que mais me aflige, é o desespero do meu marido! Trabalhou toda a vida, tem um grande orgulho em ter sido sempre, economicamente, a trave mestra da casa e, agora, não se conforma!
Na tentativa de a consolar disse-lhe que ele ainda não era assim tão velho que não conseguisse um emprego e lembrei-lhe a agonia sem remédio, daquela morte anunciada, na cama, mesmo ali ao lado, mas ela encolheu os ombros e virou a cara para o outro lado, certamente zangada com o que julgou ser a minha indiferença perante o seu drama!

Eu sei que é muito difícil relativizar os males, as desgraças, as injustiças, com que a vida, de vez em quando, nos fustiga!

No entanto, tenho de confessar que, se o seu enfado me surpreendeu, também me fez compreender que, para certas pessoas, pior do que a doença que têm sempre esperança de vencer, pior do que a separação e a morte, que são coisas naturais, e que facilmente afogam e aliviam nas lágrimas, nas rezas e nas recordações mais ou menos doces que guardam, pior do que tudo é a perda do emprego!
Penso mesmo que, muito pior do que as carências, a renúncia aos pequenos luxos e até, talvez pior do que a fome, é o infinito desalento e a vergonha de estar inactivo e de se sentir inútil!
Para muita gente, o desemprego é a tragédia maior, uma cruz ainda mais dolorosa do que o fim de tudo, porque é, para eles, exactamente, o trágico fim de tudo! Uma cruz pesada que tantos, neste momento, carregam com amargura e com revolta!

No dia sequinte, quem levou para casa a senhora da cama 15, uma mulher amarga mas em franca recuperação, foi um homem pálido, severo, esmagado pelo anátema do desemprego, pelo drama da inactividade e do mais absoluto desânimo!

MC

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Candelária

Hoje, dia 2 de Fevereiro, celebra-se o dia de Nossa Senhora das Candeias.
Há um velho e muito certo ditado que diz:

Quando, no seu dia, a Senhora das Candeias está a sorrir, está o Inverno para vir; quando a Senhora está a chorar, está o Inverno a passar!

Como hoje o Sol brilha e a Senhora sorri feliz, ainda nos espera um Inverno prolongado!
Este é o único dia do ano em que eu não me importo que chova a cântaros...


Groundhog Day is celebrated in the United States and Canada on February 2nd. Based on trying to guess when winter is going to end, the tradition holds that if the groundhog (Marmota monax) pops his head out but sees a shadow when emerging from its burrow, and pops back down, winter will go on for another six weeks. But, if it doesn't see its shadow, and the groundhog comes out of its burrow, then it's thought that winter will be over soon.


Historical origins

The groundhog (Marmota monax) is a rodent of the family Sciuridae, belonging to the group of large ground squirrels.

An early American reference to Groundhog Day can be found in a diary entry, dated February 5, 1841, of Berks County, Pennsylvania, storekeeper James Morris:

Last Tuesday, the 2nd, was Candlemas day, the day on which, according to the Germans, the Groundhog peeps out of his winter quarters and if he sees his shadow he pops back for another six weeks nap, but if the day be cloudy he remains out, as the weather is to be moderate.

In Scotland the tradition may also derive from an English poem:

As the light grows longer
The cold grows stronger
If Candlemas be fair and bright
Winter will have another flight


If Candlemas be cloud and rain
Winter will be gone and not come again

A farmer should on Candlemas day
Have half his corn and half his hay
On Candlemas day if thorns hang a drop
You can be sure of a good pea crop

This tradition also stems from similar beliefs associated with Candlemas Day and Groundhog Day. Candlemas, also known as the Purification of the Virgin or the Presentation, coincides with the pagan observance Imbolc.

MC