quinta-feira, 19 de junho de 2008

Tempos de desalento

Os combustíveis não param de aumentar, a crise agudiza-se dia a dia e
penso que, para aliviar esta tensão social, já quase insuportável, o Governo
deve baixar a carga fiscal sobre os produtos petrolíferos.
Os impostos têm, na verdade, sido o motor desta governação, como fonte de
receita, uma vez que, a redução e o controlo rigoroso da despesa do Estado,
como todos sabemos, não se tem, efectivamente, verificado: frota automóvel
topo de gama, viagens de luxo com comitivas muito numerosas, festas e
recepções principescas e ordenados milionários!
É inegável que o que o Estado fez, até agora, para aumentar a sua receita,
foi implementar a agilização da cobrança fiscal, com os olhos postos na
redução do défice, ignorando a sobrevivência dos mais carenciados e o
bem-estar social da população!
Há quem entenda que essa implementação foi um sucesso extraordinário do
Estado. No entanto, o que foi feito, foi a simples transposição, para a
Administração Fiscal, de um sistema expedito, puro e duro, de cobrança de
créditos!
O Governo, contudo, não cuidou de implementar este sistema para o sector
privado e os Tribunais Judiciais têm-se, manifestamente, mostrado incapazes
de, com eficácia e rapidez, procederem à cobrança dos créditos que as
empresas privadas têm a haver dos seus devedores. Assim, é, praticamente
impossível, que os muitos empresários, nessas condições, possam investir e
ajudar a criar emprego e riqueza!
O aumento da carga fiscal sobre os produtos petrolíferos tem, como
consequências nefastas, uma crescente carestia de vida e um tremendo
desiquilíbrio social, pois acarreta um aumento, em cadeia, de todos os bens
essenciais, desde a sua produção à sua distribuição,na medida em que, o
petróleo e seus derivados, lhes estão subjacentes!
Já não se pode continuar a fazer de conta que este País nefelibata, onde
se sonha com o TGV, um aeroporto faraónico e uma rede viária mais alargada,
não é um Portugal cada vez mais pobre, mais desmotivado, mais infeliz, onde
grassa, vertiginosamente, uma pobreza envergonhada e escondida, que é,
talvez, a mais aterradora!
E, tudo isto, em nome de um Futuro, de pão e de risos, que não se
vislumbra sequer e, no qual, já quase ninguém acredita!

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