quarta-feira, 1 de julho de 2009

Enfim... pobretes mas alegretes!

Tomámos conhecimento, pela comunicação social, que os portugueses, apesar de serem pobres e de se sentirem desmoralizados, dizem ser felizes!
De facto, numa escala de zero a dez, a felicidade dos portugueses chega a 7,3!
Enfim... pobretes mas alegretes!

Num país socialmente debilitado e mergulhado numa profunda crise económica, onde mais de um terço do povo vive em condições de precariedade, onde a taxa de desemprego continua em crescendo, onde jovens com qualificações superiores não têm emprego, onde os idosos recebem reformas de miséria, a felicidade dos portugueses chega a 7,3!
Enfim... pobretes mas alegretes!

Num país onde a Escola Pública está ferida de morte e onde, no Ensino, impera o facilitismo para que as estatísticas sejam um deslumbre de sucesso, na UE; num país onde a Justiça está num caos e os processos se vão arrastando, numa exasperante lentidão; num país onde a Saúde é só para quem a pode pagar e o Serviço Nacional de Saúde tem vindo a ser, paulatinamente, desmantelado; num país onde a corrupção e o nepotismo já não espantam ninguém, a felicidade dos portugueses chega a 7,3!
Enfim... pobretes mas alegretes!

Se calhar, hoje, depois do Ministro das Finanças ter, alegremente, anunciado que a crise acabou e depois de se ter tornado público que, à beira das eleições, os cérebros da campanha on-line de Obama se deslocaram ao nosso país, para estarem em Lisboa, com o PS, a felicidade dos portugueses não ficaria só nos 7,3!
Seguramente, rebentaria a escala! De esfuziante alegria!
Enfim... pobretes mas alegretes!

MC

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